domingo, 7 de fevereiro de 2010

Botão de Flor

Esfriei-me no calor agreste;
minhas translúcidas pupilas fixas
no vasto nada a fitar.

De velho e desgasto
na ferida palma da mão,
aos vinte, tornei-me ancião.

De cego não te vi
nas nefastas janelas
que abriste dos olhos teus.

De falecido na terra inteira exalei
o botão de  flor
que na dor da paixão floreceu.

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Roland Barthes