Essa nega que não sai dos meus olhos.
Perambulando pelo escuro,
torpedos delirantes.
Me calo diante daquele
tilintar
que uma coxa faz ao roçar na outra;
abismo mudo
daquele vão entre suas pernas
que aparece
e se cala contorcendo -
tropeço.
Mas tem uma nega que não sai dos meus olhos
sorriso inebriante, intoxicante?
uma puta nega que me
alimenta em gritos.
Pau-sa-da-men-te.
desprezo desnudo.
A minha
nega derrama vida em suspiros
mas desaparece
quando teimo em abrir os olhos.
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Roland Barthes