sábado, 5 de janeiro de 2013

Uma nega


Essa nega que não sai dos meus olhos.
Perambulando pelo escuro,
torpedos delirantes.
Me calo diante daquele
tilintar
que uma coxa faz ao roçar na outra;
abismo mudo
daquele vão entre suas pernas
que aparece
e se cala contorcendo -
tropeço.
Mas tem uma nega que não sai dos meus olhos
sorriso inebriante, intoxicante?
uma puta nega que me
alimenta em gritos.
Pau-sa-da-men-te.
desprezo desnudo.
A minha
nega derrama vida em suspiros
mas desaparece
quando teimo em abrir os olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A linguagem é como uma pele: com ela eu entre em contato com os outros.

Roland Barthes