segunda-feira, 12 de novembro de 2012

13 de novembro 2012:

Essa maldita navalha que entra por meus ouvidos, mas que não ensurdece. “And this is why I am leaving∕ And this is why I can't see you no more”. Quem me dera se fosse só eu, uma calmaria dopada e um copo babado aos meus pés. Um trago desse baseado joga a minha cabeça conta a parede.  Achei que fosse o travesseiro. Passo a minha mão por minha cara e paro: dedos esparramados sobre os olhos e palma tampando a boca entreaberta. Minha violência é parar para pensar. Puta merda. Aquela dor não física é a pior, tortura na certa. Ana Cristina César, Cacaso, Pablo... quem vai me afogar hoje? Fico com a vodka, por favor. Besta. Mal consigo me tocar para ver se me distraio um pouco. Os meus dedos se mexem, passando por minhas coxas, mas meus pensamentos estão naquele café que tomei hoje à tarde... estava tão fraco. Acho que demitiram o garçom que me atendia com aquele sorriso meia-boca, mas que sempre trazia um expresso de matar. Estou fazendo de tudo, menos o que deveria estar fazendo. Relatórios, textos... que vão para o inferno, estou blue. Azul-e-roxo, lívida. Quase preta.


This is why I am lying∕ When I say I don't love you no more∕ I will miss your heart so tender∕  I will love this love forever”...

Um comentário:

  1. Pela pouca intimidade, ofereço-lhe inicialmente um ombro para que você possa repousar. Se confortável lhe fizer, permita-se o meu colo. Confesso que, pelas feridas ocultas que também possuo, preferirei lhe conceder um pouco de silêncio. Se, ainda assim, a sua lividez, insistentemente, perpetuar-se, sussurrarei: "if I lay here, if I just lay here would you lay with me and just forget the world...". Trarei uma xícara do meu melhor café para nos acompanhar. Deixemos a vodka para outrora.

    ResponderExcluir

A linguagem é como uma pele: com ela eu entre em contato com os outros.

Roland Barthes