segunda-feira, 10 de setembro de 2012

XXI


É quando ela pausa para escrever
Que vem o incômodo.
Não é o olhar que
instaura o medo –
é a palavra que fere;
que rasga, que encrudece.

Já me dispo no medo
de sentir. Na certeza
de já adivinhar.

É na palavra que
ela me atinge.
É na palavra que
anuncia
o que os olhos,
já cerrados,
não querem mais
sentir.

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A linguagem é como uma pele: com ela eu entre em contato com os outros.

Roland Barthes