terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Velha Canção

Debaixo dos meus pés abatidos o chão engolfa meu desígnio. Assim, a velha canção desce pelo sorvedouro. O meu coração bate por debaixo da ferida de quem já feriu. A deliberação irrevogável é agora a dor que lateja e sangra, escorrendo sobre o meu corpo. Sou no escuro da noite a imensidão dos versos cálidos que estremecem no céu estrelado (qual o porquê dos olhos tão desapontados?). Já me cortei com todas as possíveis palavras tuas. Quero morrer do meu próprio veneno senão a tua. Desprezei-te pois quis amar-te; não obstante o dia já passou diversas vezes por mim sem que, por ti, gritasse infinitamente.

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Roland Barthes